A relação conturbada entre o Santos e o grupo de investimentos DIS poderá sofrer ainda mais abalos caso o atacante Neymar cumpra o que prometeu e fique no clube até o fim do seu contrato, em julho de 2014. Os direitos do jogador estão fatiados da seguinte maneira: o Peixe tem 55% e o DIS 40%. Os 5% restantes pertencem ao Terceira Estrela Investimentos S.A (Teisa), fundo de investimentos formado por empresários que apoiam a gestão do atual presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro.
No entendimento do Santos, cumprindo seu contrato na íntegra, Neymar fica livre para negociar com quem quiser, sem que os cotistas sejam ressarcidos. O DIS contesta essa versão. De acordo com o advogado da empresa, Eduardo Carlezzo, no contrato firmado em 2009, quando o grupo adquiriu os 40% sobre os direitos do jogador, há uma cláusula que obrigaria o Peixe a pagar R$ 10 milhões ao DIS caso o jogador saia sem que seus direitos sejam vendidos.
Além disso, o próprio Neymar teria de ressarcir os R$ 5,5 milhões investidos pela empresa para comprar parte dos seus direitos, com juros e correção desde 2009. Nesse caso, Neymar teria descontados 10% de seus próximos contratos publicitários até que a quantia venha a ser quitada.
No entanto, de acordo com o diretor jurídico do Santos, Luciano Moita, essa interpretação do contrato é errada. Ele diz que, depois do vencimento, o contrato deixa de valer. Portanto, não há motivo para ressarcimento.
- A cláusula vale para o caso de o Santos liberar o Neymar durante a vigência do contrato. Se o contrato termina, nenhuma das partes tem direito a nada.
No caso da Teisa, não há risco de litígio, pois o fundo é formado por investidores do grupo de apoio dos atuais dirigentes. Segundo o presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, o clube não vai comprar os 5% da empresa para ressarcir os eventuais prejuízos com a saída de Neymar ao fim do contrato.
DIS x Santos
O grupo DIS começou a fazer negócios com o Santos em 2009. Contratou jogadores para reforçar o Santos e, em troca, pegou parte dos direitos federativos de jogadores da base: casos de Paulo Henrique Ganso, Wesley e André. O acordo foi fechado durante a gestão do ex-presidente santista Marcelo Teixeira. O atual mandatário, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, assumiu o comando do clube questionando essas negociações e foi à Justiça para reaver as fatias dos jogadores cedidas à empresa.
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